sábado, 14 de janeiro de 2012

Álbum de fotografias.

Eu sou o fogo que queima nossas memórias, o triste fim das suas histórias, eu sou quem você não quer lembrar, eu sou aquele que não aprendeu a perdoar, sou a cinza que sobrou do seu passado, aquele pesadelo que mantém seu inconsciente acordado, eu sou nada, eu sou tudo, eu sou o que sobrou de nós dois.

Tenham um dia cheio de cor

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Canção do amor sincero

Quero me sentar na sua mesa
Quero ser sua sobremesa
E te comer no jantar
Quero arranhar as suas costas
Falar do que você gosta
E te ver ao despertar

Quero seu carinho em meu cabelo
Quero ser o seu novelo - para você me enrolar
E quando eu me sentir muito cansado
Quero ser o gato gordo - que deita no seu sofá

Você é tudo que eu mais quis
Seu sorriso me deixa feliz
Quero beijar a ponta do seu nariz
E te fazer cosquinha no pé

Quero ser seu disco empoeirado
O seu livro encadernado
Quero estar na sua tv

Quero dominar a sua vida
Te chamar de minha linda
E te fazer adormecer

Quero ser bem mais que teu amigo
Quero ficar sempre contigo
Mas só você não vê

E enquanto isso eu sonho acordado
Me sentindo envergonhado por não falar com você

CLS

Tenham um dia cheio de cor.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Gritos Silenciosos.

Violência
Revolta
Angústia
E medo de existir

A vida lá fora
Te faz pensar em desistir
Um corte, mais forte
Pra tentar parar de sentir

Não vou mais
Me calar...
Diante do que você
Me diz...

Tudo isso é uma ilusão...

Cansei...
De não ser ouvido!
Cansei...
De lutar pela paz!
Nesse mundo corrompido
Onde o justo, é incapaz

Cansei...
De não ter certeza!
Cansei...
De não poder gritar!
Cansei...
De ser invisível...
Meu coração é de pedra,
Mas minha alma é voraz

Se a sua vida é perfeita
Eu te peço por favor
Não se meta na minha
Vivo à sombra do amor

Cansei...
De não ter futuro
Cansei...
Do vazio dos demais
Me afogo nesse porto seguro
Onde o escuro brilha mais...

Luke (CLS)

Tenham um dia cheio de cor.

sábado, 26 de novembro de 2011

O quarto escuro.

Ela era tão linda que parecia modelo e vestia-se com roupas oriúndas dos áureos tempos das pinups. Tinha todos os rapazes aos seus pés, a vida lhe agraciava com a mais pura sorte e tranquilidade que se pode ter. Muitos pensavam que ela era feliz, mas estavam terrivelmente enganados. Sentia um vazio, uma enorme sede de existência que não podia ser preenchida pelas futílidades que alegram a maioria das pessoas. Queria mais, muito mais... o problema era: Ela não sabia mais do quê. Tentou de tudo dentro dos limites impostos pela sanidade. Correu mundos atrás do que procurava, mas do que adianta procurar por algo que você não sabe o que é?
Concluiu isso a si mesma e desistiu de procurar, foi tomada pelo tédio oríundo dos poetas do Mal do Século. Sua vida agora era um agoizante passar de tempo à espera da morte, eis que esta chegou.
E foi nesse exato momento que ela descobriu o que queria: Uma dose de tequila e alguém pra amar.

Tenham um dia cheio de cor.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cidreira.

O tempo passou para nós,
A gente não era o que foi,
Se ainda lembro da tua voz,
É porque isso ainda me dói,
Nosso passado é mais que perfeito,
Mas o nosso futuro, é decadente.
Suas lembranças são doces pesares,
Que eu carrego em minha mente.
Se a mentira foi feita pra amenizar,
Então explique-me pausadamente.
Por que deixaste-me acreditar,
Que você não era humana como a gente?
Você não tem coração de pedra,
Mas seu orgulho, é o que te afeta.
Você nunca quis mudar...
E, se hoje penso em te perdoar,
É porque tudo que eu tenho são lembranças nossas,
Eu não conheci outro mundo pra amar.

©2011 Luke

Tenham um dia cheio de cor.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Uma noite a mais...

O rádio tocava Arctic Monkeys enquanto o céu rasgava de negro aquela tarde de primavera. Os amigos compartilhavam a juventude e a inocência próprias da idade, e conforme o sol ia se escondendo atrás daquele rio, o brilho ia sendo revelado por baixo da pele pálida daquelas almas anceosas por adrenalina.
Entre realidades alcóolicas e incertezas juvenis, as peças de roupas eram abandonadas no chão daquele apartamento empoerado no bairro boêmio da cidade esquecida. Os toques macios os beijos tenros e doces, a vida se mostrava ao longo das linhas curvas daqueles corpos. Corpos esses despidos de tudo: roupas, preconceitos, certeza. Apenas poesia exalando da física do atrito.
O sol se pôs e um grito foi ouvido ecoando do quarto. Eles estavam completos.
E mais um dia se põe sob o seio da luxúria.

Tenha um dia cheio de cor.

O que sobrou de nós...

Passaram-se dias em silêncio, como se pudessem... ambos imersos em infindáveis pensamentos de dor e sofrimento. Ele alimentava por ela um desejo já expresso, enquanto ela, por sua vez nutria uma amizade terna e fraternal... Ah, o velho dilema, de certa forma ele também apreciava sua amizade, mas achava injusto que os toques não pudessem passar de abraços e beijos no rosto.
Queria mais, mas não sabia como... achou que um afastamento fosse a tática mais eficaz, pensava que recomeçar do zero lhe traria os benefícios que a proximidade lhe tirara. A dor de não poder falar com quem se ama, presente de volta num romance moderno... Vidas passam, dias se vão, e os dois seguem sem se falar, como pura prova de amor e amizade.

Tenham um dia cheio de cor.